O Spotify, maior plataforma de streaming de música do mundo, anunciou nesta semana sua terceira rodada de demissões do ano. Desta vez, 17% da força de trabalho da empresa, cerca de 1,5 mil profissionais, perderão o emprego. A decisão, segundo o CEO Daniel Ek, visa reduzir custos operacionais.
O “estranho” disso tudo é que a empresa de streaming exibiu crescimento de 11% na receita no terceiro trimestre de 2023 em comparação ao período anterior, passando de US$ 3,2 bilhões para US$ 3,57 bilhões. O número de usuários ativos também saiu de 551 milhões (segundo tri) para 574 milhões. O volume de pagantes, por sua vez, saltou 16% (6 milhões adicionais) em relação ao primeiro trimestre do ano. Então, por que o Spotify está demitindo? Estaria o futuro da companhia ameaçado?
Problemas estruturais
A resposta é complexa, mas envolve uma série de fatores, incluindo problemas estruturais no modelo de negócios de streaming, pressão de investidores e a concorrência de gigantes como Amazon Music e Apple Music.
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Modelo de negócios de streaming
O modelo de negócios de streaming de música é baseado na cobrança de uma assinatura mensal dos usuários, que têm acesso a um catálogo ilimitado de músicas. No entanto, esse modelo é pouco lucrativo para as empresas, que precisam pagar royalties às gravadoras pelos direitos de reprodução das músicas.
No caso do Spotify, os royalties representam cerca de 75% da receita da empresa. Isso significa que, mesmo com um crescimento constante de usuários e receita, o Spotify ainda está longe de ser lucrativo.

Pressão de investidores
Os investidores do Spotify estão cada vez mais impacientes com a falta de lucros da empresa. No ano passado, o valor de mercado do Spotify caiu pela metade, o que aumentou a pressão sobre Ek e sua equipe para mostrar resultados.
Concorrência
O Spotify também enfrenta uma concorrência cada vez mais acirrada de gigantes como Amazon Music e Apple Music. Essas empresas, que têm recursos financeiros ilimitados, podem investir em marketing, conteúdo e tecnologia para atrair usuários e receita.
O que o Spotify pode fazer?
Para sobreviver e prosperar, o Spotify precisa encontrar uma maneira de tornar seu modelo de negócios mais lucrativo. Isso pode ser feito de várias maneiras, como:
· Reduzir os royalties pagos às gravadoras. Isso seria uma tarefa difícil, pois as gravadoras estão dispostas a negociar, mas não estão dispostas a abrir mão de uma parte significativa de seus lucros.
· Aumentar o preço das assinaturas. Essa seria uma medida impopular, pois poderia levar à perda de usuários.
· Desenvolver novos produtos e serviços. O Spotify já está investindo em games e audiobooks, mas ainda não está claro se esses produtos serão lucrativos o suficiente para compensar a falta de lucros no streaming de música.
O futuro do Spotify é incerto. A empresa tem desafios importantes a enfrentar, mas também tem oportunidades para crescer e se tornar mais lucrativa.
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