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A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou, recentemente, o Projeto de Lei 4173/23, que estabelece uma nova estrutura tributária para os brasileiros que negociam criptomoedas em plataformas ou carteiras digitais sediadas fora do país.

O projeto, protocolado pelo Governo Federal, tem como principal objetivo a tributação sobre investimentos realizados por pessoas físicas fora do Brasil e prevê a cobrança de um imposto de até 22,5% sobre os rendimentos obtidos com criptomoedas em exchanges estrangeiras, como Coinbase, Binance, Bitget, Gate.io e outras.

A proposta, que ainda precisa passar pelo Senado e pode ser modificada, tem gerado intensas discussões e controvérsias na comunidade, uma vez que afeta diretamente os investidores de criptomoedas. Neste artigo, vamos explorar em detalhes as implicações desse projeto de lei, as razões por trás dele e como ele pode impactar os brasileiros que negociam criptomoedas.

A Tributação das Criptomoedas no Brasil

O Projeto de Lei 4173/23 estabelece uma nova estrutura tributária para os investidores de criptomoedas no Brasil, visando aumentar a arrecadação de impostos sobre os rendimentos obtidos no exterior.

A partir da aprovação desse projeto, qualquer usuário que tiver criptomoedas avaliadas em mais de R$ 6 mil em empresas no exterior será obrigado a pagar impostos, com alíquotas que variam de 0% a 22,5%.

Para entender melhor as implicações dessas alíquotas, vamos dividi-las em três categorias:

1. Rendimentos anuais de até R$ 6 mil: Nesse caso, a alíquota aplicável será de 0%. Isso significa que os investidores que obtiverem rendimentos anuais de até R$ 6 mil não terão que pagar impostos sobre esses ganhos.

2. Rendimentos anuais entre R$ 6 mil e R$ 50 mil: Para aqueles que se encaixarem nessa faixa de renda, enfrentarão uma tributação de 15% sobre os valores obtidos com criptomoedas.

3. Rendimentos anuais superiores a R$ 50 mil: Os investidores que conseguirem rendimentos anuais acima de R$ 50 mil deverão contribuir com uma alíquota de 22,5% sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

Essas alíquotas são aplicáveis aos rendimentos obtidos em exchanges estrangeiras, como Binance, Coinbase, Kucoin, Bybit, OKX e diversas outras. Portanto, os investidores que mantêm suas criptomoedas nessas plataformas serão diretamente afetados por essa nova estrutura tributária.

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O Potencial de Arrecadação e as Corretoras Estrangeiras

O projeto de lei estima um potencial de arrecadação de impostos da ordem de R$ 7,05 bilhões em 2024, aproximadamente R$ 6,75 bilhões em 2025 e R$ 7,13 bilhões para 2026. Isso representa uma injeção significativa de recursos nos cofres públicos, o que pode ser utilizado para financiar programas e projetos governamentais.

No entanto, é importante observar que as corretoras estrangeiras dominam mais de 70% do volume de negociações de criptomoedas no Brasil, conforme dados do painel do Livecoins. Isso significa que milhões de investidores brasileiros são usuários ativos dessas exchanges, o que torna a implementação e fiscalização dessas novas regras um desafio considerável.

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Inclusão dos Ativos Digitais na Proposta

Uma das características mais notáveis do Projeto de Lei 4173/23 é a inclusão explícita dos ativos digitais, como criptoativos, no escopo da proposta. O texto da lei define as aplicações financeiras no exterior como "quaisquer operações financeiras fora do País, incluídos, exemplificativamente, depósitos bancários remunerados, certificados de depósitos remunerados, criptoativos, carteiras digitais ou contas correntes com rendimentos."

Essa inclusão de criptoativos é uma resposta à crescente popularidade e adoção das criptomoedas no Brasil e em todo o mundo. A medida visa trazer para o escopo fiscal ativos que anteriormente poderiam escapar do radar tributário, criando assim um ambiente de maior transparência e arrecadação de impostos.

No entanto, uma crítica ao projeto é que ele não diferencia as criptomoedas de outras formas de investimentos no exterior. Isso demonstra uma abordagem generalista, tratando os criptoativos como qualquer outra aplicação financeira, sem reconhecer suas peculiaridades ou os potenciais benefícios econômicos que podem advir desse setor em rápido crescimento.

Reações e Controvérsias na Comunidade de Criptomoedas

A aprovação do Projeto de Lei 4173/23 tem gerado reações variadas na comunidade de criptomoedas no Brasil. Por um lado, alguns investidores estão preocupados com o impacto significativo das alíquotas de impostos, especialmente para aqueles que obtêm rendimentos mais altos. A tributação de até 22,5% pode reduzir os ganhos dos investidores e desencorajar novos entrantes no mercado de criptomoedas.

Por outro lado, defensores do projeto argumentam que a tributação é necessária para garantir a arrecadação de impostos sobre rendimentos obtidos no exterior e promover a legalidade das operações com criptomoedas. Além disso, a arrecadação de bilhões de reais em impostos pode ser direcionada para investimentos em áreas-chave, como saúde, educação e infraestrutura.

É importante ressaltar que o projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado e pode sofrer modificações durante o processo legislativo. Portanto, as discussões e controvérsias em torno do assunto estão longe de serem encerradas.

O Projeto de Lei 4173/23, aprovado pela Câmara dos Deputados do Brasil, estabelece uma nova estrutura tributária para os brasileiros que negociam criptomoedas em exchanges estrangeiras. As alíquotas de impostos variam de 0% a 22,5%, dependendo do valor dos rendimentos anuais.

A medida visa aumentar a arrecadação de impostos sobre rendimentos obtidos no exterior e trazer os ativos digitais para o escopo fiscal.

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A inclusão das criptomoedas na proposta reflete o reconhecimento de seu crescente uso e popularidade, mas também gera discussões sobre a necessidade de diferenciação e consideração de suas particularidades. A comunidade de criptomoedas está dividida, com alguns investidores preocupados com o impacto das alíquotas e outros defendendo a tributação como necessária para garantir a legalidade das operações.

Agora, o projeto segue para o Senado, onde pode ser debatido e modificado. Independentemente do desfecho, a aprovação desse projeto de lei representa um marco na regulamentação das criptomoedas no Brasil e pode influenciar a maneira como os investidores e as exchanges estrangeiras operam no país.

Portanto, é importante acompanhar de perto o desenvolvimento desse tema e estar ciente das mudanças nas regulamentações fiscais relacionadas às criptomoedas.

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Autor: Karina Icoma

Publicado para: Assert Tech

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