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Publicado em: 01/02/2024 às 11:42
Universal Music retira músicas do TikTok
Gravadora acusa plataforma de desrespeitar artistas e de oferecer pagamento de royalties inferior
A Universal Music Group (UMG), renomada gravadora que representa alguns dos maiores nomes da indústria musical, anunciou a não renovação do contrato com o TikTok. A partir de 1º de fevereiro, os artistas representados pela UMG não estarão mais disponíveis na plataforma, impactando significativamente a presença de grandes ícones musicais no TikTok.
A decisão de não renovar o contrato foi motivada por três aspectos cruciais, conforme destacado em uma carta aberta divulgada pela Universal. Primeiramente, a gravadora expressou preocupações em relação ao uso de inteligência artificial (IA) na criação de conteúdo musical. Em segundo lugar, a segurança da imagem dos artistas foi um ponto de discordância, especialmente no que diz respeito ao combate a deepfakes e conteúdos que violam a reputação dos músicos. Por fim, a negociação não obteve sucesso devido à falta de acordo sobre o pagamento de royalties, tornando-se um fator determinante para a não renovação.
O TikTok, ao oferecer um pagamento de royalties consideravelmente inferior em comparação com seus concorrentes, não atendeu às expectativas da UMG. A gravadora também acusou a plataforma de não cumprir suas demandas relacionadas aos direitos dos artistas, IA e medidas eficazes contra o bullying online.
A retirada do catálogo da UMG do TikTok representa um desafio considerável, pois a rede social possui uma vasta base de usuários que perderá acesso a um extenso repertório musical. A Universal afirmou que o TikTok, ao priorizar artistas mais conhecidos, eliminou alguns talentos em ascensão, incluindo nomes como Beatles, Queen, Taylor Swift, Ariana Grande, Elton John, Drake, U2 e Ivete Sangalo.
Em resposta às acusações da Universal, um porta-voz do TikTok afirmou que a gravadora está promovendo uma narrativa falsa, colocando sua ganância acima dos interesses de seus artistas. O TikTok argumentou que apenas 1% da receita da UMG provém dos royalties gerados na plataforma e destacou seus esforços recentes para fortalecer sua presença musical, introduzindo ferramentas de streaming e o TikTok Music, sua própria plataforma de música.
Além das questões financeiras, a Universal também expressou insatisfação com a abordagem do TikTok em relação ao conteúdo gerado por IA. A gravadora argumentou que a renovação do contrato poderia resultar na desvalorização dos royalties devido à promoção de músicas criadas artificialmente. A UMG enfatizou a necessidade de uma postura mais robusta do TikTok contra deepfakes, destacando preocupações relacionadas a pornografia falsa e discurso de ódio, exemplificado pelos recentes deepfakes da Taylor Swift divulgados em plataformas como X/Twitter.
Essa ruptura entre a Universal Music Group e o TikTok destaca as complexidades nas negociações entre gravadoras e plataformas de mídia social, evidenciando a importância do equilíbrio entre interesses financeiros e proteção dos direitos dos artistas.
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